maxresdefault

E isso tem mesmo tudo a ver com o fato de que ouço músicas de Dona Onete neste instante. E, sim, sem querer começo a mover meus pés no chão, começo a dançar na cadeira.

“ai, ai, ai
ui, ui, ui, ui…”

E as deliciosas letras da rainha do Carimbó, reforçam a lembrança de um evento que assisti no final de 2012: o Terruá Pará.

No terruapara.com.br, está explicado que Terruá, no Pará, é sinônimo de diversidade papa-chibé, quer dizer, de uma riqueza e originalidade genuinamente paraenses.

O festival de música traz uma experiência, que me lembrou uma degustação gastronômica, do que é toda essa diversidade. Escutei e dancei, pelo menos, brega, siriá, lambada, guitarrada e carimbó. Pelo menos.

E participar daquela festa me ajudou a conhecer um pouco mais sobre o estado e sobre sua capital, Belém.

Apaixonei-me por Dona Onete quando ela entrou no palco do Auditório do Ibirapuera. Senhora de mais de 70 anos, baixa e de pele morena, voz rouca, ritmo e presença juvenis. A rainha do carimbó, que acabou de lançar seu primeiro CD, conquistou toda a plateia que sorria, cantava e dançava hipnotizada.

Também fiquei encantada com a música “Meu Barquinho”, apresentada pelo Grupo Uirapuru. E fui pra casa decidida e investigar o Carimbó.

O nome do gênero musical, brasileiríssimo, tem origem no tupi: curimbó, o instrumento com o qual se marca o ritmo. Considerado de berço indígena, mas fortemente transformado pelas culturas negras que acrescentaram o batuque dos tambores e incrementaram a dança, acredita-se que o carimbó nasceu em Belém e seus arredores.

Também presente na ilha, o carimbó é um dos estilos musicais preferidos dos pescadores marajoaras. De lá, o ritmo passou e permaneceu em Belém e hoje se solidificou na microrregião do Salgado paraense. O município de Marapanim é hoje considerado a terra do carimbó.

A dança do carimbó apresenta uma típica coreografia e indumentária. Pares que se organizam em círculos, dançarinos que giram em torno de si, mulheres que encantam seus pares. Todos descalços, mulheres de saias coloridas e amplas, homens de azul e com um lenço vermelho no pescoço.

Do Terruá Pará, ficou o desejo de pesquisa sobre o Carimbó e a certeza da existência de vários outros estilos musicais paraenses que ainda preciso conhecer.

A experiência, como disse antes, foi a de uma festa. O espaço estava repleto de paraenses que mudavam o ritmo de sua dança de acordo com o que era apresentado no palco. Para qualquer caso, a plateia conhecia bem as letras e sorria entregue.

Viver essa festa foi paidégua!
Quer dizer, foi porreta, “bão demais”, genial, tri…