Paulo Ramos, amigo de Oitica da Escola de Samba Estação primeira da Mangueira, então diretor cultural da escola, diz que vestir o Parangolé é como o ritmo do samba; fala da cadência, uma vez que é necessária para dançar o samba ou para vestir os Parangolés. Segundo Ramos, é preciso ter a ginga de corpo dos passistas ou dos malandros do morro para compreender isso. A ginga do samba é entrar no ritmo, e a do Parangolé é entrar na estrutura.

“O parangolé envolve esses aspectos da teoria estética contemporânea imantados pela vivência que ele tinha de passista da Mangueira, na maneira como um sambista da Mangueira usava o corpo e era capaz de vencer; com sua coreografia inventada no instante, as limitações da gravidade, tornando-se ele próprio uma espécie de ser alado: as evoluções da porta-bandeira acompanhada pelo mestre-sala, uma espécie de minueto bárbaro e alado.”

Fonte: A estética da Ginga, por Paola Berenstein Jacques.

Curadoria e pesquisa: Ana Luiza Gomes