Eu aprendi a amar Goiânia. Coisa muito difícil de ser feita com total entrega. Entendo os problemas, as feiuras e belezas dessa cidade. Suas avenidas mal cuidadas e seu povo valente. Goiânia, seus logradouros e sua pequena história fazem parte da minha vida, do meu dia a dia e naturalmente fazem parte da minha obra. Acredito que o artista tenha que refletir sobre o seu redor. Transformar a pedra em flor, o riso em dor e vice-versa.

Os azulejos fazem alusão às personalidades históricas locais. São quatro azulejos: “Gercina tropeçou aqui”, “Pedro brigou aqui”, “Aqui falou Zoroastro” e “Maestro Alevino Peixoto pisou aqui”. Os azulejos foram colocados em diversos pontos de Goiânia e Brasília, exceto o azulejo do Maestro que foi afixado apenas em Mozarlândia.
Entendi nossa pobreza cultural e nossa pouca iconografia. Logo, uma necessidade de criar um pequeno universo particular para conversar com nosso regionalismo e tentar trazer um novo valor estético para isso.

Acredito naquela ladainha sobre “cantar sua aldeia”. Não por filosofia, mas por sinceridade.

Oscar Fortunato.

Curadoria e pesquisa: Ana Luiza Gomes