Este ano o Pavilhão das Culturas Brasileiras, em São Paulo, apresentou a exposição do seu acervo de artefatos feitos por pessoas comuns para atender a necessidades do dia a dia usando recursos que estão ao seu alcance. Chama a atenção a perfeita funcionalidade dos objetos, obtida em soluções que revelam muita inteligência. Mas no design popular brasileiro a forma não atende apenas a função, ela a transcende. Constatam-se uma grande liberdade criativa e um rico vocabulário de formas e cores. Outro ponto em comum é a sustentabilidade, que se pode ver tanto pela prática da reciclagem quanto pelo sábio uso de técnicas e recursos locais. As peças são manifestações inequívocas de sabedoria criativa e deixam claro que a invenção é uma estratégia de sobrevivência que faz parte do DNA do brasileiro.

Perguntamos a curadora, a pesquisadora Adélia Borges: Por que fazer uma exposição sobre artefatos feitos por brasileiros comuns para atender a necessidades do dia a dia usando recursos que estão ao seu alcance?

“Quis fazer uma exposição sobre artefatos feitos por brasileiros comuns para atender a necessidades do dia a dia usando recursos que estão ao seu alcance porque eles são uma valiosa lição para o design erudito. Pessoas comuns, muitas vezes sem instrução, são capazes de soluções muito inteligentes, criando objetos que não só atendem as funções para as quais foram feitos, mas também transcendem a função com uma forma poética”.

Para entender melhor como s gambiarras são investigadas como processo de criação e solução, veja o vídeo da exposição explicado por Adélia:

Fonte: www.adeliaborges.com

Pesquisa e entrevista: Ana Luiza Gomes