Joana Alves é uma das pessoas mais doces e sensíveis que conhecemos. É também uma grande garimpeira de músicas. Foi ela quem nos enviou, há meses atrás, a música que virou um dos mantras em nossas reuniões de O Brasil Com S: Foguete, cantado por Bethânia.

Foguete é uma das canções que fazem parte da seleção que Joana fez sobre o tema Cafuné, leia e escute o que essa moça de coração enorme compartilha conosco:

1. Se não for amor, eu cegue – Lenine
2. Foguete – Maria Bethânia
3. Tatuí – Karine Carvalho
4. Depois de ter você – Adriana Calcanhoto
5. Distância – Nina Becker
6. Te valorizo – Tiê
7. Tua – Maria Bethânia
8. A cor do desejo – Ney Matogrosso
9. Xote do edifício – Zeca Baleiro
10. Não consigo – Ney Matogrosso e Tono
11. Esqueça – Arnaldo Antunes e Fabio Tagliaferri
12. O tom do amor – Zélia Ducan
13. Morro, Amor – Arnaldo Antunes
14. Paula e Bebeto – Milton Nascimento
15. Futuros amantes – Chico Buarque
16. Ame – Paulinho da Viola

O sempre desafio de abordar o amor

Recebi o presente de fazer uma trilha e de escrever sobre o amor.
Mas é mais fácil viver o amor do que colocá-lo em palavras, tamanha dificuldade.

Mas vale a pena tentar…

O amor é um sopro, um vento bem lá no meio seu.
Faz palpitar o coração até quase doer dor física…
Mas é bom. Tende a ser leve.

É o gostar de uma pessoa sem esperar nada em troca.
Mas se for correspondido, melhor ainda…
Quando você ama alguém, ama a natureza, ama um Deus, você também se ama, indiretamente.
Você se conhece, se respeita, se entende, se entrega.
E, por consequência, recebe.
Muitas vezes, na mesma medida em que se doa. Às vezes, mais até. Por vezes, menos.

Mas nem todos conseguem amar. Ou amar para sempre.
Já que o amor é um eterno aprendizado. Inicia-se a cada manhã.
O amor se transforma: o que hoje o é, pode amanhã não o ser mais.
Se foi construído em bases sólidas, vem por consequência uma amizade, que é uma outra forma de amor, não menos importante.
O amor nos transforma.
Amando aprendi o pouco que sei.
O amor, transvestido em todas as formas, mostra o que temos de melhor.

E, como compuseram Vinícius e Toquinho:

“Quem já passou por essa vida e não viveu,
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu.
Porque a vida só se dá pra quem se deu,
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu.
Quem nunca curtiu uma paixão,
Nunca vai ter nada, não.
Não há mal pior do que a descrença,
Mesmo o amor que não compensa
É melhor que a solidão.
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair.
Pra que somar se a gente pode dividir.
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer.
Ai de quem não rasga o coração,
Esse não vai ter perdão.
Quem nunca curtiu uma paixão,
Nunca vai ter nada, não.”

Beijo agradecido para Angélica Vilela, Beatriz Paes Lemes [Instituto Moreira Salles/RJ] e para Dani Piancastelli.

(Texto da Joana, ilustrado por obra de Leonilson).