Empatia, respeito, orgulho, valorização, inspiração.

Essas cinco palavras recuperam o principal pedido de um grupo de jovens de Gloria do Goitá, Pernambuco: é o que eles esperam que a gente sinta pelo Nordeste após ver o documentário sobre o Dominguinhos nas salas de cinema do país, a partir de hoje.

“Quanto mais pra trás se puxam as tiras de borracha, mais longe a pedra alcança”, frase de Aloisio Magalhães que a pesquisadora e curadora Adélia Borges citou na última terça-feira em sua fala sobre o trabalho Marcas Registradas, no Museu da Casa Brasileira. Frase que não saiu de minha cabeça – e coração – porque explica bem porque acreditamos que é importante estimular o autoconhecimento de nosso país. Investigar a história, o saber popular, a linguagem regional, a informação que vem do senhor sábio ou da criança atrevida; e entender que todos esses olhares ajudam a compor um retrato, ainda que “quebracabeçado”, mais real de nós mesmos.

Foi por isso que ficamos muito felizes ao desenvolver uma atividade em parceria com os jovens do projeto Giral Gloria do Goitá – uma ONG no interior de Pernambuco que trabalha com a formação de jovens comunicadores e faz uma série de ações para o desenvolvimento cultural e local. Desenvolvemos, em parceria com o Giral, um roteiro de atividades que foi implementado lá, em Goitá, com os jovens. A intenção era ver como eles reagiam após ver todo esse belo conteúdo de vida e obra de Dominguinhos. E o que eles tinham para nos ensinar.

Tudo aí, nessas letras desenhadas em lápis. O pedido de distância do estereótipo imaginário que temos de alguns lugares do país. Essa noção de que o lugar e a trajetória de alguém como Dominguinhos pode inspirar muitos de nós. A arte como linguagem fundamental de expressão de sentimentos. A persistência e determinação para ver o belo e construir o futuro.

Eu saí da sala de cinema com vontade de dançar, claro, forró. Saí, sei lá, “querendo um sorriso sincero, um abraço”.

(Ilustra o post a foto do acervo pessoal Paulo Vanderley. Conteúdo feito em parceria com o projeto Giral Gloria de Goitá. Agradecimento especial a Carol Misorelli. Por Mayra Fonseca).